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Tarifaço dos EUA já gera perdas bilionárias ao Brasil; governo busca reduzir impactos
Medida do governo Trump, em vigor desde agosto, afeta 35,9% das exportações brasileiras e pode reduzir o PIB em até 0,2 ponto percentual sem ações de mitigação.
Por Administrador
Publicado em 14/09/2025 08:00
Economia
Imagem criada por IA

O tarifaço imposto pelos Estados Unidos desde 6 de agosto de 2025, que elevou em até 50% as tarifas de milhares de produtos brasileiros, já mostra impactos significativos na economia nacional. Segundo dados oficiais e análises independentes, as exportações para os EUA recuaram 22,4% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2024, representando uma queda geral de 18,5% no comércio bilateral. As perdas podem ultrapassar US$ 2 bilhões ao ano.

A medida atinge US$ 16,4 bilhões em exportações, com efeitos concentrados no agronegócio, madeira, pescados e frutas. O governo brasileiro estima que, sem respostas, o PIB encolheria 0,2 ponto percentual e 138 mil empregos seriam perdidos, principalmente na indústria. Com contramedidas, os efeitos poderiam cair pela metade: PIB recuando 0,1 p.p. e perda de até 65 mil vagas.

Setores mais afetados

O agronegócio aparece entre os mais prejudicados, com quedas projetadas de 20% a 40% nas exportações de café e carnes, somando perdas de US$ 2 a 3 bilhões anuais. A indústria da madeira pode registrar colapso inicial de até US$ 1,6 bilhão. Já pescados e frutas enfrentam dificuldades para absorção no mercado interno, com perdas estimadas em mais de US$ 350 milhões.

Impactos regionais

Os efeitos do tarifaço são desiguais. O Nordeste registrou retração de 52,7% nas vendas externas em agosto, com destaque para a situação emergencial no Ceará. No Sudeste, a queda foi de 38%. A região Norte também é considerada vulnerável. Além da retração nas exportações, a confiança empresarial caiu ao menor nível desde 2021, recuando 9,2%, o que compromete investimentos.

Respostas do governo

Para enfrentar a crise, o Executivo lançou o Plano Brasil Soberano, que prevê R$ 40 bilhões em créditos via BNDES e Fundo de Garantia à Exportação, além de adiamento de impostos por 90 dias e compras públicas emergenciais. As medidas condicionam a liberação de recursos à manutenção de empregos e ao cumprimento de regras fiscais.

Na frente diplomática, o Brasil acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e intensificou as negociações bilaterais. Apesar de críticas à vinculação do tarifaço a questões políticas ligadas ao julgamento de Jair Bolsonaro, o governo Lula evita retaliações imediatas pela Lei da Reciprocidade, priorizando a diversificação de mercados na Ásia e Europa.

Perspectivas

A Fazenda projeta que os preços internos podem reduzir a inflação em até 0,1 ponto percentual em 2025, com o IPCA estabilizado em 4,8%. Contudo, há risco de perda de até R$ 31 bilhões em dois anos. Analistas veem também uma oportunidade de catalisar a reindustrialização do país, ainda que os efeitos sociais e regionais sejam severos.

Estudos indicam que os próprios EUA podem enfrentar consequências adversas: até 875 mil americanos podem ser empurrados para a pobreza pelo encarecimento de produtos importados.

 

 

 

 

Fontes: Agência Brasil, Folha de S.Paulo, G1, Gazeta do Povo, O Globo, Congresso em Foco, UOL, LexLegal, O Presente Rural.

Por Geane Vidal Nicácio, Multisom Rádio Ubaense - Ubá

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